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Com 200 jumentos mortos por maus-tratos, fazenda de criação para exportação para o Vietnã é interditada na BA

Animais pertenciam a empresa chinesa e deveriam ficar no local até serem abatidos, mas não resistiram.

Uma fazenda de criação de jumentos localizada na cidade de Itapetinga, no sudoeste da Bahia, foi interditada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, neste mês, após denúncias de maus-tratos aos animais. O local é alvo de investigação da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual (MP-BA). A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) fiscaliza a situação.

A estimativa é de que cerca de 200 jumentos tenham morrido no local por maus-tratos. Os animais pertencem à empresa chinesa Cuifeng Lin e são levados para o local antes de serem encaminhados para um frigorífico, onde são abatidos. Em seguida, a carne é exportada para o Vietnã. Com a interdição, a empresa foi impedida de levar novos jumentos para a fazenda. Apenas os que já estavam no local seguem o processo de abate.

Jumentos morrem por maus-tratos — Foto: Reprodução/TV SudoesteJumentos morrem por maus-tratos — Foto: Reprodução/TV Sudoeste

Jumentos morrem por maus-tratos — Foto: Reprodução/TV Sudoeste

A Fazenda Barra da Nega tem 7 hectares, mas chegou a abrigar mais de 800 animais simultaneamente. Mais de 2 mil foram abatidos em um mês. A propriedade foi alugada em junho. Os animais começaram a ser levados para o local em julho. No entanto, segundo as autoridades, o espaço não é apropriado para a criação dos jumentos.

De acordo com informações da Polícia Civil, durante as investigações foram encontrados 80 carcaças e dezenas de ossadas de jumentos. Mesmo assim, a polícia estima que um número maior de animais morreu no local. Vídeos gravados por entidades de proteção ambiental mostram o abandono dos jumentos.

“É uma área pequena, que mede 7 hectares. E, no dia que foi feita a fiscalização, havia 657 animais. No dia seguinte, chegaram mais 150 animais. A concentração de animais era muito alta. Também foram recolhidas cerca de 80 carcaças de animais mortos e havia muitas ossadas. A gente estima que cerca de 200 animais mortos ou mais”, disse o coordenador regional da Polícia Civil, Irineu Andrade.

Segundo a Adab, não há autorização para manter os jumentos no local. Por conta disso, a empresa chinesa foi multada em cerca de R$ 25 mil. Além disso, até que o problema seja resolvido, o órgão deixou de emitir guias de trânsito para que os jumentos sejam levados para o frigorífico.

“A Adab multou aqueles empresários que estavam com os animais irregularmente. A multa de trânsito (transporte de animais) já está em torno de R$ 25 mil. Isso da contagem que fizemos até hoje”, contou Cláudio Dourado, coordenador da Adab.

O Frigorífico Sudoeste, responsável por abater os animais, se comprometeu a suspender a operação até que a empresa chinesa resolva as irregularidades.

“Estamos rescindindo o nosso contrato com a empresa porque, agora, ela tem que resolver o problema dela com a Adab, com a Vigilância Sanitária, para que, depois de regularizada, ela possa voltar a abater. A partir deste momento, o Frigorífico Sudoeste não vai mais abater animais dessa empresa, até que ela se regularize”, disse Eder Rezende, sócio do frigorífico.

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