O DEM e o PSL aprovaram a fusão dos partidos em convenções feitas nessa quarta-feira (6), em Brasília. O processo resulta na criação de uma nova legenda, batizada de União Brasil, que pretende usar o número 44.
A mudança ainda depende de aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma comissão instituidora foi formada e a expectativa das lideranças é de que o novo partido seja oficializado até fevereiro. Até lá, seguem atuando separadamente, como DEM e PSL.
Apesar disso, a fusão entre os partidos deve representar mudanças na política do Brasil. A primeira é o próprio comando da nova legenda nos Estados. Em entrevista coletiva, o presidente do DEM, ACM Neto, disse que as mudanças nos diretórios estaduais devem ser tratadas a partir de agora, mas que a divulgação oficial deve ocorrer somente após a homologação do novo partido pelo TSE.
Em Petrolina, o DEM , tem como principais nomes o prefeito e pré-candidato a governador, Miguel Coelho e o deputado federal Fernando Filho. Outro nome importante na cidade e que faz parte da legenda é o vereador Gaturiano Cigano, esse porém, segundo informações, será um dos primeiros a sair do partido depois da confirmação da fusão pelo TSE.
Ainda sem ter um rumo a seguir, o vereador disse que não vai atropelar o tempo. E que obedecendo as regras de desfiliação, seguirá com atitudes calmas e acertadas e com aporte jurídico para não provocar rupturas que prejudiquem a União Brasil , nem tampouco seu mandato.
União Brasil deve ter maior bancada da Câmara
Com a fusão aprovada pela Justiça Eleitoral, o União Brasil nasce como o partido com a maior bancada na Câmara Federal, com 83 deputados, e a quarta maior do Senado, com oito nomes.
No entanto, há possibilidade de que parte da bancada do PSL, que hoje é responsável por 53 parlamentares na Câmara, deixe o partido por serem apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e temerem um distanciamento da nova legenda ao bolsonarismo.
Nas convenções desta quarta, o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni (DEM), tentou fazer com que os partidos já decidissem sobre um apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro em 2022, ou ao menos sobre a liberação de apoio a candidato que não seja apoiado oficialmente pelo partido, mas os dois pedidos foram rejeitados.
O ex-prefeito de Salvador, presidente do DEM e futuro secretário-geral do União Brasil, ACM Neto, considerou que “ainda não chegou o momento para que o partido possa decidir sobre as eleições de 2022”. Apesar disso, lideranças admitem uma possibilidade de candidatura própria do novo partido à corrida presidencial.
A presidência do partido deve ficar com o atual presidente do PSL, Luciano Bivar, que entrou em rota de colisão com Bolsonaro em 2019. O DEM trabalha para manter entre os filiados o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que tem convite para se filiar ao PSD e concorrer à Presidência da República, além de buscar atrair novos quadros para o União Brasil. São cotados nomes como o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e o atual govenador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
A fusão foi buscada pelos partidos como forma de unir trunfos como o robusto fundo eleitoral, partidário e tempo de televisão do PSL, depois do fenômeno da onda Bolsonaro em 2018, que fez o partido até então nanico eleger a segunda maior bancada da Câmara, à história e lideranças do DEM. O partido, ainda sob o nome de PFL, chegou a ter a maior bancada do Congresso nos anos 1980 e 1990, mas que perdeu fôlego nos últimos anos.
* Com informações de Folhapress