Pernambuco: a monotonia existencial do PT foi a sua derrota no Brasil

O risco de uma empresa, de uma pessoa ou de uma agremiação cair na monotonia existencial está bem mais perto do que se imagina. Na vida, na arte ou na  política a ordem é sempre se refazer. Se refazer, porque de vez em quando a vida obriga. Se não nos refizermos, somos tentados a viver em linha reta , nunca variando e sendo levados a nunca crescer, sentindo -se plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.

Falando em política, estamos vendo uma das maiores forças políticas do país , o Partido dos Trabalhadores se esfacelando, perdendo pontos. A pergunta é : porque? Ao que parece, seus líderes não perceberam que é a hora de se refazer. Talvez o partido (digo as pessoas),precise reavaliar seu discurso, sua trajetória deixar que a luz  das advertências seja enfim, vista com bons olhos. Está na hora do PT se refazer, mudar o discurso, bem como a estratégia para reconquistar o coração do povo brasileiro. Lembra do Lulalá? Brilha uma estrela? Foi, sem dúvidas, a época que mais marcou o PT como símbolo de esperança e de renovação.

Porém, passado aquele tempo, o partido e seus líderes não entenderam que agora  a conversa é outra, que é preciso entender que esse sentimento de satisfação que o PT adora é ruim, e que essa satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece.

Por isso, quando alguém diz “fiquei muito satisfeito com você” ou “estou muito satisfeita com o seu trabalho”, é assustador. Com essa pancada negativa no pleito de 2020, ou o PT se reinventa ou perderá a identidade e ficará apenas na lembrança, sendo obrigado a mudar até seu nome. É hora de reinvenção, de mudança de trajetória.

Petrolina perde

Quando Marília Arraes perdeu nesse domingo, 29, a eleição no Recife, Odacy Amorim perdeu, Cristina Costa perdeu! Perdeu-se a oportunidade de se fazer diferente, de buscar melhorias a mais para a cidade. O PT sai mancado desse pleito como aquele que tem discurso velho. É hora de se recolher e avaliar.

“Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar”, disse Mario Sergio Cortella.

O risco de uma empresa, de uma pessoa ou de uma agremiação cair na monotonia existencial está bem mais perto do que se imagina. Na vida, na arte ou na  política a ordem é sempre se refazer. Se refazer, porque de vez em quando a vida obriga. Se não nos refizermos, somos tentados a viver em linha reta , nunca variando e sendo levados a nunca crescer, sentindo -se plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.