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Presidente da Apex nega ter pedido demissão e gera crise no governo

Saída de Alexandro Carreiro do cargo, uma semana após tomar posse, foi anunciada pelo chanceler Ernesto Araújo, que não teria consultado Bolsonaro

anúncio feito pelo chanceler Ernesto Araújo de que o presidente da Apex (Agência de Promoção de Exportações do Brasil), Alexandro Carreiro, havia pedido demissão do cargo criou um mal-estar entre o Palácio do Planalto e o Itamaraty.

De acordo com relatos feitos à reportagem por pessoas próximas ao assunto, Araújo anunciou a demissão pelas redes sociais antes de ter consultado o presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre o tema, que é quem tem o poder de nomear ou exonerar as indicações para o comando da Apex.

A saída de Alex, como Carreiro é conhecido, foi anunciada pelo Twitter de Araújo às 20h40 da noite de quarta-feira (9): “O Sr. Alex Carreiro pediu-me o encerramento de suas funções como Presidente da APEX. Agradeço sua importante contribuição na transição e no início do governo. Levei ao PR Bolsonaro o nome do embaixador Mario Vilalva, com ampla experiência em promoção de exportações, para Pres. da APEX”, escreveu o chanceler.

Segundo pessoas próximas, minutos antes, Araújo havia enviado uma mensagem para Alex, comunicando que divulgaria sua saída, e que adotaria uma versão pública que se tratava de uma demissão a pedido. Ele ouviu como resposta uma negativa do indicado para a agência, que reiterou que não concordava e não havia solicitado sua saída e ele próprio resolveu procurar o presidente para tratar do assunto.

O episódio irritou aliados de Bolsonaro, que viram no gesto de Araújo uma sobreposição à vontade do próprio presidente. O nome de Alex foi levado ao presidente como uma indicação conjunta, feita por deputados do PSL e endossada por um de seus filhos, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

A demissão ainda não formalizada e aliados dizem que Alex procuraria Bolsonaro para tentar reverter sua saída. Procurados pela reportagem, ele e Araújo não responderam a um pedido de esclarecimento.

Um desentendimento entre o escolhido para comandar a Apex e a empresária Letícia Catel é apontado como o estopim para o anúncio da demissão. Letícia, que foi secretária-geral do PSL, foi indicada por Araújo para uma diretoria da agência.

De acordo com relatos ouvidos pela reportagem, ela e Alex se desentenderam em público.

Depois de ter sida expulsa do PSL em setembro do ano passado, Letícia se reaproximou do governo ao tornar-se uma espécie de braço direito de Araújo.

Ainda durante a transição, ela passou a andar com o chanceler e trabalhar como uma espécie de assessora. Pessoas próximas ao ministro reclamaram que ela começou a blindá-lo, controlando todo o acesso a ele. Com informações da Folhapress.

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