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Dez erros dos candidatos um ano antes das eleições, que serão percebidos no futuro

Entrar numa pré-campanha, em janeiro de 2020 sem estar preparado pode ser um verdadeiro suicídio político, não arrisque essa aventura.

Hoje, 15 de setembro, chegamos  a quase um ano do pleito que vai escolher os novos prefeitos e vereadores que serão responsáveis pelo destino das cidades nos próximos 4 anos. É o final de mandato no Legislativo e Executivo. Os candidatos à reeleição erram, mas os novatos erram mais. Quero convidá-los a analisarmos os erros mais cometidos pelos candidatos.

1º – Subestimar a necessidade de planejar a campanha – muitos candidatos, empolgados com a corrida eleitoral esquecem que o planejamento é fundamental, desde a escolha de uma boa assessoria jurídica até as responsabilidades com gastos, com a manutenção dos partidos. Pensar nisso agora é imprescindível, deixar para a última hora e para o que “for, será” não é a melhor estratégia. A pré-campanha gera gastos para o pretendente e para os partidos.

2º Não ter uma assessoria jurídica especializada – os candidatos ou pré-candidatos precisam de munição jurídica desde já, pois os prazos já estão correndo, desde o prazo para filiações, quanto para desfiliações. E hoje, a assessoria jurídica deve ser especializada. Por mais que seu partido tenha pessoas com “experiência” e até um advogado “amigo” que pode ajudar, isso não basta. Por exemplo, fazer propaganda disfarçada agora, mesmo nas redes sociais, pode gerar multas no futuro, caso a candidatura seja homologada.

Segundo um especialista em direito eleitoral num artigo publicado no site do Tribunal Superior Eleitoral, nesse período, entre o mês de janeiro e o dia 5 de julho, é permitida:

(i) a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na Internet, inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos, desde que não haja pedido de votos;

(ii) a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e a expensas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais, planos de governos ou alianças partidárias visando às eleições;

(iii) a realização de prévias partidárias e sua divulgação pelos instrumentos de comunicação intrapartidária;

(iv) a divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos, desde que não se mencione a possível candidatura, ou se faça pedido de votos ou de apoio eleitoral.

O advogado especializado vai cuidar para que cada ação dessas seja realizada nos estritos limites da lei, analisando até mesmo os discursos a serem proferidos e a temática de cada um deles. O limite entre o que pode e o que não pode é muito pequeno.

O conceito de propaganda extemporânea é também de difícil compreensão para leigos e até para advogados não especializados, como podemos observar dessa decisão do TSE: “[…]. Entende-se como ato de propaganda eleitoral aquele que leva ao conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a candidatura, mesmo que apenas postulada, a ação política que se pretende desenvolver ou razões que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto ao exercício de função pública. Sem tais características, poderá haver mera promoção pessoal, apta, em determinadas circunstâncias a configurar abuso de poder econômico, mas não propaganda eleitoral. […].” (Ac. Nº 16.183, de 17.2.2000, rel. Min. Eduardo Alckmin).

3º – Prometer o que não poderá cumprir para angariar aliados – muitos políticos confessam depois de eleitos que foram afoitos ao prometer o que não é possível cumprir, desde vagas em secretarias municipais a obras que o orçamento nunca comportaria. Os prefeitos que assumirão em 2021 terão para administrar uma das maiores crises vividas pelos municípios nos últimos anos, muito superior à crise de 2008.

4º – Sonhar com assessores experts e gabaritados pagando salários ínfimos – se compararmos o que ganha um profissional da área pública, de uma cidade do interior, com o que ganha mensalmente um profissional de gabarito na empresa privada, veremos que os cargos nas prefeituras não atraem esses bons profissionais. O poder público paga baixos salários e não “compensa” financeiramente ninguém.

5º Não organizar as finanças das campanhas – as eleições de 2020 serão as primeiras sem coligações para vereadores  e ter dinheiro vai ser mais que necessário . Será sem dúvida a campanha com maior número de reclamações na Justiça Eleitoral versando sobre os gastos na realização da propaganda eleitoral e despesas de campanha.

Fora isso, as empresas estão enfrentando uma grave crise, diminuindo o ritmo das doações, além do temor de estarem envolvidas em problemas jurídicos futuros.

6º Subestimarem a força das redes sociais – muitos políticos não acordaram para a real importância das redes sociais. Por isso, tratam os Facebook, o Twitter e as mensagens eletrônicas via internet como mero apoio, permitindo a amadores manejarem suas contas, isso quando não é o próprio político que responde e faz as postagens.

Assim como na medicina, no direito e na engenharia, as redes sociais devem ser cuidadas por especialistas, que medirão o que deve e o que não deve ser levado ao público.

No pleito de 2016 fizemos inúmeras matérias alertando sobre alguns problemas trazidos, na época, pelas redes sociais, mas hoje o número de usuários aumentou muito, as observações e a especialização dos que lidam com as redes é muito maior que 3 anos atrás. Em 2016 o Facebook tinha 89 milhões de usuários no Brasil, hoje são 127 milhões de pessoas ligadas à rede. Todo cuidado era pouco na época, hoje, todo cuidado é nada. Rede social é coisa para especialista!

Vejamos mais alguns números impressionantes sobre as redes sociais: No Brasil, 87.6% da população que acessa a internet, tem conta no Facebook. Os números das outras redes também são consideráveis, o Whatsapp  tem 120 milhões de usuários ativos no Brasil e o Instagram tem 20 milhões.

Nas redes sociais o número de anunciantes também é significativo, ou seja, são empresas que avaliam os mercados anunciantes e gastam dinheiro onde o povo está. No mundo todo, cerca de 2 milhões de empresas e produtos são anunciadas somente nas redes tracionais que dispõem de propaganda.

7º Desprezar uma assessoria de comunicação especializada – hoje, falar com a imprensa é coisa para profissional, mesmo nas cidades pequenas, os profissionais de imprensa devem ser tratados como despesa obrigatória de campanha, afinal eles estudam pra isso. Improvisar um amigo ou um conhecido que fala e escreve bem como “assessor de imprensa” pode significar o fim de uma candidatura de sucesso. O eleitor também está refinando suas críticas, os blogs, sites jornalísticos e até as rádios comunitárias estão presentes em todos os cantos do país. E elas multiplicam os votos ou servem para diminuir a voltagem de candidaturas que poderiam emplacar.

Tenha um assessor de imprensa desde já, orientando cada passo e discutindo com você as ações de sua pré-campanha.

8º Não treinar equipes – não se faz mais política como antigamente. Hoje em dia, para entregar papel no sinal de trânsito existe treinamento específico. Por menor que seja sua equipe faltando um ano para a eleição, ela deve ser treinada por profissionais capacitados.

Sua secretária sabe que você é candidato? Seu motorista tem conhecimento que está lidando com o pretenso futuro prefeito da cidade? Toda essa gente pode te ajudar e a ajuda começa agora.

9º – Não preparar um projeto de um plano de governo – faltando um ano para a eleição e considerando que a posse será meses após o pleito, a hora de preparar e discutir um plano de governo é agora. O plano servirá para convencer o seu partido, os aliados e, no final, a população. Será que ele pode ser relegado para a última hora?

Pense comigo, de agora em diante os compromissos vão só aumentar, as agendas vão ficar apertadas, obter doações, realizar encontros, reuniões, seminários do partido e até mesmo as convenções partidárias gasta tempo. Quando você vai preparar algo para a sua campanha?

10º – Não realizar pesquisas eleitorais – infelizmente muitos políticos ainda desprezam as pesquisas eleitorais que medirão a sua popularidade e o que pensa a população sobre você e sobre os destinos de cada bairro, de cada rua, de cada localidade ou lugarejo.

Meça os anseios deles por meio de pesquisas. Entrar numa pré-campanha, em janeiro de 2020 sem as pesquisas eleitorais pode ser um verdadeiro suicídio político, não arrisque essa aventura. Nem sempre o que os “analistas de plantão” dizem, corresponde à realidade do que pensa o povo. E mais, pesquisa é coisa para especialista, amadores não têm vez.

Se você é político e quer ser prefeito ou vereador, tem um mínimo de sensibilidade, tem visão e conhece sua cidade, mas você está restrito a um grupo social. Se você é advogado, por exemplo, seus maiores amigos são advogados ou lidam com a justiça, a visão deles não é a mesma do professor que atua nas escolas e não mantém contato com o seu mundo, aplicando-se o mesmo à visão do desempregado, que depende de escolas públicas, da rede de saúde e corre atrás de emprego usando ônibus e transporte público. Será que sua visão chegaria lá?

Busque auxílio profissional e analise cada item dessas dicas, que estão resumidas, mas podem significar um avanço em sua campanha e no seu sonho de ajudar a cidade a ter dias melhores. Boa sorte!

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