NotíciasSaúde

Uma em cada seis mulheres terá câncer em algum momento da vida

Mutação no gene BRCA é indicador de risco para o surgimento de tumores femininos

Na última década, os avanços no diagnóstico e tratamentos dos tumores femininos vêm distanciando o câncer do estigma de “sentença de morte”. No entanto, o cenário global ainda é preocupante: uma em cada seis mulheres terá algum tipo de câncer ao longo da vida¹, segundo dados do mais recente relatório da Agência Nacional de Pesquisa Contra o Câncer, vinculada à OMS, e que posiciona a doença como uma das principais causas de óbito em todo o mundo.

Diante deste cenário, o mês do “Outubro Rosa” busca conscientizar sobre a importância do autoexame e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), são esperados mais de 59 mil casos no Brasil em 2018². Já o câncer de ovário é mais raro, mas é considerado um dos tipos mais agressivos, pois é de difícil diagnóstico.

Cerca de 6 mil mulheres devem ser diagnosticadas com a doença em 2018³, que assim como o câncer de mama, pode ser causada por diversos fatores, como estilo de vida, idade avançada, e também por uma predisposição genética, passada de pai ou mãe para a filha.

Entendendo a mutação

Embora a predisposição hereditária responda por entre 5 a 15% dos casos de câncer4, quem possui a mutação nos genes BRCA possui 40% mais chances de ter cânceres femininos, como de mama ou ovário, por exemplo5. “Os genes BRCA 1 e 2 impedem a proliferação de células tumorais e agem como freios para prevenir o desenvolvimento do câncer”, explica o Rodrigo Guindalini, oncologista especialista em oncogenética e Coordenador do Centro de Oncologia do Hospital Português de Salvador, Bahia.

“Quando um desses genes sofre uma mutação, ele perde sua capacidade protetora, deixando o organismo mais suscetível ao surgimento de tumores malignos, especialmente de mama e ovário”, comenta o especialista.

Se há algumas décadas não era possível identificar quais mutações poderiam resultar em câncer, os avanços dos testes genéticos atualmente permitem que médicos e pacientes definam em conjunto qual será a melhor estratégia de prevenção e tratamento. É importante lembrar que ter a mutação nos genes BRCA 1 e 2 não representa um diagnóstico da doença, mas sim uma indicação de risco após uma análise hereditária.

Neste caso, é possível procurar um profissional especializado para orientação e aconselhamento genético. “O aconselhamento genético passa por etapas – normalmente, é realizado primeiro o teste em mulheres de uma mesma família que já têm ou já tiveram câncer”, explica Guindalini.

O teste da mutação é simples de ser realizado, sendo coletado por exame de sangue ou saliva. O laboratório que realizou o teste enviará o resultado ao profissional e a paciente passará por uma segunda consulta.

Informação para decidir

Com o resultado em mãos é o momento da avaliação médica, que buscará os melhores caminhos junto à paciente por meio de uma análise dos fatores de risco e estilo de vida. A partir disso, é definida a melhor estratégia a ser adotada.

Os testes para a mutação nos genes BRCA 1 e 2 ganharam fama após o caso da atriz Angelina Jolie, que retirou os ovários e mamas devido ao histórico familiar de mutação e grande probabilidade de desenvolver tumores nesses órgãos.

Durante o processo de descoberta de um câncer ou da predisposição genética em desenvolver a doença, empoderar a paciente com informações sobre a sua condição é essencial, como relata Angélica Nogueira Rodrigues, oncologista e presidente do EVA – Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos.

“A identificação precoce do status da mutação BRCA nos ajuda a identificar pacientes que podem se beneficiar das estratégias de redução de riscos, como recorrer a uma cirurgia profilática, por exemplo”, explica a especialista.

Caso a mutação seja diagnosticada após a descoberta do câncer, existem opções atuais de tratamento que proporcionam menos efeitos colaterais às pacientes, se comparadas à quimioterapia. “O desenvolvimento de terapias-alvo, que atacam diretamente o tumor, está sendo a grande arma da medicina no combate aos tumores com mutação, o que possibilita um grande salto no índice de sobrevivência dessas pacientes”, destaca Angélica.

“Uma das principais tendências no tratamento do câncer está em considerá-lo uma doença crônica, ou seja, uma complicação que pode ser tratada sem que o paciente perca sua autonomia e qualidade de vida”, complementa a especialista.

Artigos relacionados

7 pensamentos “Uma em cada seis mulheres terá câncer em algum momento da vida”

  1. I’ll right away grasp your rss feed as I can’t in finding your
    email subscription hyperlink or e-newsletter
    service. Do you have any? Kindly let me recognize in order that I
    could subscribe. Thanks.

  2. Hey there, I think your blog might be having browser compatibility issues.
    When I look at your blog site in Opera, it looks
    fine but when opening in Internet Explorer, it has some overlapping.
    I just wanted to give you a quick heads up! Other then that, fantastic blog!

  3. I’m impressed, I must say. Seldom do I encounter a blog that’s equally educative and engaging, and let me tell you, you have hit the nail on the head. The problem is something which too few people are speaking intelligently about. I’m very happy I found this during my search for something concerning this.

  4. Spot on with this write-up, I absolutely believe that this web site needs a lot more attention. I’ll probably be back again to see more, thanks for the information!

  5. Aw, this was an incredibly nice post. Finding the time and actual effort to make a really good article… but what can I say… I procrastinate a whole lot and don’t seem to get anything done.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fechar