Política

Parosmia: entre acordos e facadas, a pouca credibilidade do PSB pernambucano cheira mal

O PSB ao longo do tempo se tornou um partido cartorial, perdeu a mão nos municípios e quem manda é cúpula partidária, ordenada pela família Campos, e aí, somente aqueles a quem a cúpula ordena, é quem vai mandar na sigla nos municípios.

O que é a parosmia?

A parosmia é a distorção do olfato. Diferente dos pacientes que não sentem nenhum cheiro, aqueles que apresentam parosmia sentem odores distorcidos, muitas vezes sentem o mesmo cheiro em coisas distintas e, com frequência, é um odor ruim, como por exemplo amônia ou cheiro de podre.
Ela decorre de um comprometimento da função olfativa; os neurônios do olfato, quando danificados, podem gerar determinada incapacidade do cérebro de identificar um aroma específico.

É justamente o que vem acontecendo na cúpula do Partido Socialista Brasileiro. Perda de sensibilidade com cheiros: cheiro de coisa podre, cheiro de anomalia, cheiro de oportunismo, cheiro de embuste.

O PSB ao longo do tempo se tornou um partido cartorial, perdeu a mão nos municípios e quem manda é cúpula partidária, ordenada pela família Campos, e aí, somente aqueles a quem a cúpula ordena, é quem vai mandar na sigla nos municípios.

A família Coelho de volta ao partido.

Fernando Bezerra Coelho, em 1998, foi o vice de Arraes numa eleição contra Jarbas Vasconcelos. O vencedor foi Jarbas, e logo após a vitória, Fernando abandonou as fileiras de Arraes, juntando-se com Jarbas.

Na campanha seguinte, já prefeito de Petrolina, Fernando abandona a prefeitura, pede arrego a Eduardo Campos e se torna  secretário de Desenvolvimento Econômico na gestão do então governador. Fernando conseguiu, com acordos, se tornar candidato ao senado, Eduardo Campos morre e Fernando Bezerra  eleito senador movido pela  comoção da morte do governador. Com Paulo Câmara elevado ao cargo de governador, mais uma vez, Fernando e seus filhos abandonam o PSB e abraçam o governo de Bolsonaro. Como líder de Bolsonaro no Senado, os xingamentos, os maus-tratos direcionados ao partido foram um capítulo à parte. Depois da derrota de Bolsonaro, Raquel Lyra é eleita governadora do Estado. E agora, sem partido para chamar de seu, Fernando Bezerra e seus filhos fecham acordo com o filho de Eduardo Campos, João Campos, visando as eleições de 2026.

Então, não deu outra e o que todos esperavam aconteceu: a família Coelho voltou ao partido. Mais uma vez, o PSB abre as portas para o grupo de Bezerra. Como isso é possível? É possível, sim. Essas conjecturas perpassam o entendimento de gente direita, que não aceita comportamentos dessa natureza. Quanto mais mexermos nesse assunto, o nó do entendimento se torna mais apertado e não dá para entender esses acordos.

A quem fere esse acordo?

Fere e muito o deputado federal Lucas Ramos. O sonho de ser prefeito de Petrolina mais uma vez foi adiado. O rapaz, que era todo empolgação no início de 2022 para concorrer à vaga de prefeito, viu, aos poucos, seu castelo ruir. Isso aconteceu devido ao acordo fechado entre João Campos e a família de Bezerra Coelho. Lucas ficou sem saída. Se quiser se rebelar contra o partido, enfrentará Gonzaga Patriota na justiça eleitoral, que está sedento de vontade de tomar o seu mandato.  Lucas inclusive, segundo informações, tentou acordo para que o expulsassem do PSB, só que a cúpula não concordou com o pedido. O indeferimento ao pedido de expulsão demonstra quais as intenções do PSB para com Lucas, que indicam que não é nada bom. Melhor ficar quieto. O acordo entre FBC e JC podou dois Ramos com uma só tesourada: Lucas Ramos e Ranilson Ramos, pai de Lucas e conselheiro do TCE em Pernambuco.

Gonzaga, presidente do PSB em Petrolina, fez vídeos nas redes sociais avisando que seu apoio será total à reeleição de Simão Durando, nobilitante de Fernando Bezerra e que se tornou prefeito com a renúncia de Miguel Coelho, que deixou a prefeitura de Petrolina para ser candidato derrotado a governador em 2022.

A parosmia tomou de conta da cúpula do PSB? Ou a falta de senso deixou de existir dentro do partido?

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