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Instabilidade do Executivo induz instituição de “governo paralelo”

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, anuncia proposta de líderes partidários de apresentar agenda voltada para a reestruturação do Estado e estimular o aquecimento da economia.

 

As idas e vindas do governo federal; as declarações impróprias do presidente Jair Bolsonaro, inclusive com uso das redes sociais para mandar recados; as medidas econômicas adotadas sem os resultados esperados; a instabilidade dos ministros; a polêmica proposta de reforma previdenciária; as divergências entre o Executivo e o Legislativo; a intromissão dos filhos do presidente; o conflito entre o setor militar e o guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho; e a queda nos índices de satisfação em relação ao presidente e seu modo de governar são ingredientes que, pelas últimas mexidas nas pedras do tabuleiro, podem levar à instituição de um governo paralelo, sob as rédeas do Congresso Nacional.

Um dos sinais nesta direção foi a fala do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, de que irá trabalhar com os líderes partidários e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para apresentar uma agenda voltada para a reestruturação do Estado e estimular o aquecimento da economia. Para isso, vão buscar a participação do Ministério da Economia. “Vamos deixar bem claro para a sociedade que a Câmara e o Senado terão uma agenda muito racional, muito objetiva de reestruturação do Estado brasileiro, e vamos fazer isso junto com o ministro Paulo Guedes”, afirmou Maia no Encontro Nacional da Indústria da Construção, no Rio de Janeiro.

Na avaliação de Maia – conforme declarações dadas à imprensa –, a polarização política nas redes sociais tem levado a contestações da democracia em vários países, e o Congresso deve mostrar para a sociedade que tem uma agenda muito racional para o desenvolvimento do país. “Não vamos ficar olhando para essas guerrilhas virtuais que existem em todos os campos políticos, é uma confusão enorme esse negócio de rede social. Se a gente ficar olhando rede social, a gente não faz a [reforma da] Previdência, não melhoramos a educação, saúde”, disse.

Ainda segundo as declarações de Maia, não foram as dificuldades para aprovar a reforma da Previdência que levaram à redução das projeções do crescimento econômico. “As projeções caíram por outras questões. Isso que me preocupa. Estou preocupado com o curto prazo. Estamos caminhando para o aumento do desemprego e o aumento da pobreza”, afirmou.

O relator da reforma, Samuel Moreira, revelou que não é hora de buscar protagonismo, e sim de ter unidade em torno da reforma. “Quando há mudanças na proposta original, esse procedimento é natural. Não há nada de novo. Não podemos achar que tudo é luta política. Temos que unir todas as forças. Vamos blindar a reforma.”

Fonte: Com Agência Câmara Notícias, O Estado de São Paulo, O Globo, Portal Metrópoles

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