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Pesquisa: 33% dos trabalhadores vão usar o 13º salário para comprar presentes de Natal

Para evitar problemas no futuro e proteger a renda, Lucas aconselha que os trabalhadores busquem fazer investimentos com os salários recebidos.

Um dos pagamentos mais aguardados do ano, o 13º salário já tem destino certo no orçamento dos trabalhadores brasileiros. A maioria das pessoas que têm direito ao valor vai se dividir entre poupar e gastar com presentes de Natal, ou nas comemorações de fim de ano. É o que aponta um levantamento feito neste ano, em todas as capitais brasileiras, pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas.

Segundo o estudo, cerca de 34% dos trabalhadores pretendem poupar os recursos. Em seguida, com 33%, aparecem os que vão usar o dinheiro para comprar presentes de Natal. Já 24% dos entrevistados vão gastar nas comemorações de Natal ou Ano Novo.

Por fim, o 13º salário também vai ser utilizado para organizar a vida financeira: 16% dos participantes contaram que vão pagar impostos e tributos com o dinheiro. O mesmo percentual é daqueles que pretendem pagar dívidas em atraso.

Apesar dos planos já bem definidos, a palavra de ordem é cuidado. Segundo o professor, mentor e consultor empresarial na área de bolsa de valores Lucas Rios Freire, antes de decidir comprar algo é preciso analisar a vida financeira e considerar as dívidas. Ele, que cita ainda o período de Black Friday como um atrativo para gastos, diz que o trabalhador deve considerar no orçamento a crise deixada pela pandemia.

“Neste momento, devemos redobrar a nossa atenção com os gastos efetuados, principalmente neste período em que, ainda, experimentamos crise financeira decorrente da Covid-19. O ideal seria avaliarmos eventuais dívidas cujos juros estão exorbitantes e pagá-las”, afirma Lucas, que dá dicas de educação financeira em seu perfil do Instagram @rios_de_dinheiro.

E quando as dívidas já estão regularizadas? Neste caso, o especialista pontua que, se for usar o cartão de crédito, o trabalhador fique de olho no parcelamento e possíveis juros.

“Caso a família esteja com as contas equilibradas, o desafio seria conseguir incluir, no orçamento de novembro e dezembro, as compras do final do ano. Neste momento, é bom ter o controle do cartão de crédito e parcelar as contas sem que sejam incididos juros ou qualquer espécie de acréscimo. O cartão de crédito servirá como seu ‘contador’”, ressalta.

Para evitar problemas no futuro e proteger a renda, Lucas aconselha que os trabalhadores busquem fazer investimentos com os salários recebidos.

“Além de amortizar empréstimos e/ou dívidas com juros altos e tentar conseguir incluir as compras do final de ano no orçamento de novembro e dezembro, seria de bom tom o brasileiro pensar no próprio futuro e investir o máximo que puder a fim de rentabilizar o próprio patrimônio. Somos muito otimistas com relação à organização financeira, pois nada melhor do que viver com segurança de, caso haja necessidade, sacar aquela renda passiva decorrente de investimentos”, pontua.

Renda extra

A fim de aumentar a renda e gastar mais no Natal, 59% dos entrevistados pela CNDL disseram que vão recorrer aos ‘bicos’, principalmente as mulheres (64%) e pessoas das classes C, D e E (68%).

Lucas Rios Freire é professor, mentor e consultor empresarial na área de bolsa de valores | Foto: Divulgação“Infelizmente, a desigualdade social aumentou em nosso país nos últimos anos. As promessas de melhoria de vida feitas por ocasião das reformas legislativas (a exemplo da trabalhista) não se concretizaram. Desta forma, a quantidade de trabalhadores que foram ‘empurrados’ para a informalidade se agigantou e, com este evento, a renda do brasileiro caiu, as necessidades aumentaram”, comenta o especialista.

Em meio ao aquecimento no comércio e ao aumento da demanda por mão-de-obra, o protagonismo feminino é evidenciado na pesquisa. Para o especialista, a porcentagem alta de mulheres em busca de bicos é um reflexo do acúmulo de papéis associados à maternidade e a responsabilidade com a família.

“Por outro lado, com a crise financeira ocasionada pela pandemia da Covid-19, a situação das mulheres foi a que mais se deteriorou – agravando, ainda mais, a desigualdade de gênero historicamente existente em nossa sociedade – e o retorno para o mercado de trabalho das mulheres, ainda que na informalidade, é consequência natural desse grupo que acabou ficando desamparado. Com a crise, se alguém abriu mão do emprego, com certeza foi a mulher, e não o homem. O ‘gap’ (disparidade) que já tínhamos, ficou abissal”, afirma.

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