Lei municipal vira cabo de guerra em Petrolina

Lei Municipal que proíbe a entrada de menores em espetáculos que tenham, segundo o vereador Rodrigo Araújo, temas obscenos, virou polemica na maior cidade do Vale do São Francisco. A Lei,  foi promulgada na última quarta-feira (25), pelo presidente da Câmara de Vereadores, Osório Siqueira, com base na Lei Orgânica Municipal.

A classe artística, bem como defensores da liberdade de expressão, foram veementes ao falar em rádios, e expuseram que a Lei é um retrocesso, e traz de volta a censura.  Treze (13) grupos artísticos em Petrolina,  recolheram  quase mil (1.000) assinaturas pedindo ao  Ministério Público de Pernambuco, a derrubada da proibição. Muitos atores e diretores de teatro se manifestaram contra contra a nova Lei, bem como,  contra o autor da proposta.

O funcionário Publico Jarbas Costa, que é defensor da liberdade de expressão,em sua página no Facebook, relatou:”Isso não é uma lei, é um engodo, a prova disso é que os artistas não foram ouvidos, receberam de cima para baixo. Até parece que os celulares dos menores de 18 anos serão confiscados, todos não irão mais assistir a porcaria da Rede Globo, não terão acesso a internet, deveram rasgar as páginas dos livros que trazem figuras romanas/gregas seminuas, não poderiam observar nenhuma mulher amamentando, não poderão…. que não poderão…. meus Deus a que nível chegamos! Na verdade eu acho que é a falta de cultura que esta provocando isso e não a presença dela. Quero lembrar a todos para não permitirem que seus filhos assistam o Filme a Guerra de Canudos, pois o nosso saudoso poeta (in memória) Manuca aparece em uma cena “nú”. Realmente vou concordar que o maior pecado está na mente insana do povo, mas acredito que um dia iremos melhorar e aprovar o que realmente é necessário para a sociedade”, desabafou.

Para o ator, diretor e produtor teatral, Antônio Veronaldo, que é da Cia Biruta, falou em nome da classe artística de Petrolina e criticou o texto da matéria. “Essa Lei é anticonstitucional, o vereador pegou uma lei que está sendo usando no país inteiro sem aprofundamento e nós como classe artística não somos contra a família e essa Lei não está em sintonia com o Estatuto da Criança e do Adolescente, porque ela tira a autonomia dos pais e esse conteúdo deixa uma margem para certa censura”,  esclareceu o diretor.