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PF e Polícia Civil do Rio anunciam esforço conjunto e dizem querer esclarecer mortes de médicos ‘o quanto antes’

Após rápido pronunciamento, forças policiais e MP evitam perguntas de jornalistas; irmão de Sâmia é uma das vítimas

Em rápido pronunciamento no início da tarde desta quinta-feira (5), representantes da Polícia Federal (PF), da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) afirmaram que trabalham em conjunto para “o quanto antes” trazerem respostas sobre as mortes de três médicos assassinados a tiros nesta madrugada no Rio. Entre as vítimas está Diego Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

O secretário de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, José Renato Torres, afirmou que a atuação conjunta já está em andamento e será fundamental para uma resposta rápida. O delegado da PF João Paulo Garrido confirmou que as forças policiais atuam em parceria “desde as primeiras horas”. Garrido garantiu que a PF vai oferecer “todos os recursos materiais que forem julgados necessários. A Polícia Federal está à disposição para colaborar nesse caso”.

Titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do Rio de Janeiro, o delegado Henrique Damasceno disse que diferentes unidades da Polícia Civil estão empenhadas para tentar encontrar os responsáveis pelo ataque, que deixou ainda um quarto médico ferido.

“Todos os protocolos de homicídios estão sendo devidamente utilizados. A Polícia Civil está utilizando todas as ferramentas possíveis para conseguirmos o máximo de provas o quanto antes para dar a efetiva resposta a esse caso“, garantiu Damasceno.

A coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Investigação Penal do MP-RJ, Adriana Lucas Medeiros, afirmou que o caso é acompanhado pela instituição desde as primeiras horas, e que um promotor foi designado para acompanhar o caso de perto.

Medeiros disse estar “confiante de que a Polícia Civil vai chegar numa solução o mais rápido possível”, encerrando o pronunciamento conjunto, para surpresa dos jornalistas presentes, que tinham sido convocados para uma entrevista coletiva. Nenhuma pergunta foi respondida.

Mais cedo, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou ter falado com o governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) para articular a ação conjunta. O secretário executivo do ministério, Ricardo Cappelli, irá ao Rio de Janeiro enquanto Dino estará na Bahia, que vive uma onda de violência policial nos últimos meses.

Diego e outros três médicos, Marcos de Andrade Corsato, 62 anos, Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos, e Daniel Sonnewend Proença, 32 anos, foram vítimas de um ataque a tiros em um quiosque, na avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Apenas Daniel sobreviveu. Ele se encontra em uma unidade particular do Hospital Municipal Lourenço Jorge, para onde foi levado com pelo menos três tiros.

De acordo com a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ), o crime ocorreu pouco antes de 1h desta quinta-feira (5). Na ocasião, três homens vestidos de preto desceram de um carro branco, que ficou estacionado do outro lado da rua do quiosque, aproximaram-se dos quatro médicos e efetuaram os disparos, sem anunciar assalto, e fugiram. Toda a ação dura menos de um minuto. Foram pelo menos 20 tiros.

O modo como foi praticado o crime aponta para indícios de execução. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) da Polícia Civil, no entanto, ainda investiga o caso.

Os médicos, que não eram do Rio de Janeiro, estavam na cidade para o 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo. Eles estavam hospedados no Hotel Windsor, que sedia o evento, em frente ao quiosque onde foram assassinados.

Diego Ralf Bomfim era especialista em reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP. Marcos de Andrade Corsato era assistente, e Perseu Ribeiro Almeida era especialista em cirurgia do pé e tornozelo, ambos no mesmo instituto. Daniel Sonnewend Proença é formado pela Faculdade de Medicina de Marília (SP) e especialista em cirurgia ortopédica.

Repercussão

Em nota, o Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) lamentou as mortes. “O Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP recebeu com consternação a notícia do falecimento de Marcos de Andrade Corsato, médico assistente dedicado e atuante do grupo de Tornozelo e Pé da instituição, bem como dos ex residentes Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida. O IOT- HCFMUSP estende as condolências aos familiares e amigos.”

O PSOL também prestou solidariedade por meio de nota. “Expressamos toda nossa solidariedade e apoio à deputada e à sua família, assim como aos familiares dos colegas de Diego. Exigimos às autoridades competentes que investiguem este crime de forma rigorosa e eficiente, para que os responsáveis sejam identificados e punidos de acordo com a lei. O PSOL também reforça seu compromisso com a luta por um Brasil mais seguro, justo e igualitário, onde vidas não sejam perdidas para a violência desenfreada.”

Edição: Rodrigo Durão Coelho

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