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Opinião: “Como vi o debate entre candidatos a prefeito em Juazeiro”

Paulo Chancey (Jornalista e professor universitário)

O debate realizado nesta quarta-feira (07) nas dependências da Câmara de Vereadores com os candidatos a prefeito de Juazeiro, ao invés de empolgar de forma a ajudar no posicionamento do eleitor, na verdade acabou frustrando a quem assistiu, e deixou eventuais indecisos ainda mais confusos.

Apesar dos esforços de toda a equipe organizadora, comandada pelo radialista Geraldo José, a quem parabenizo pela iniciativa e condução, o debate foi morno, protocolar, e em alguns momentos os candidatos pareciam estar respondendo a perguntas em entrevista de programa de rádio.

Mesmo com a ausência da candidata Suzana Ramos, o número de participantes (5) acabou não favorecendo a dinâmica do debate,  onde os temas mais polêmicos pudessem ser melhor explorados e debatidos entre eles, de tal sorte que, de forma isenta, não é possível dizer quem se saiu melhor, porque na verdade ninguém se destacou. Usando uma metáfora do futebol, poderíamos dizer que cada um chutou a bola do jeito que veio, todo mundo deu canelada, e  ninguém fez o gol.

Caneladas à parte, impossível não ter notado a apatia do coronel Anselmo Bispo, de quem se esperava uma atuação mais contundente, o tom mais “agressivo” de Rafani, que em vários momentos chamou Bomfim de incompetente, e as atuações burocráticas dos candidatos Capitão Moreira e Breno. Já o candidato Paulo Bomfim, ainda que também não tenha contribuído de forma substancial com o nível esperado de um debate, já que, pela falta de questionamentos mais incisivos e pontuais sobre temas relacionados à sua gestão, em cada questão que lhe caiu, acabou lançando mão de um discurso clichê, já decorado por quem ouve suas entrevistas cotidianas, como dizer repetidamente que quando recebeu Juazeiro, tinha menos escola, menos educação, menos saúde, menos isso, menos aquilo e que agora, na sua gestão, tem muito mais de tudo isso, parecendo ter esquecido que quem lhe entregou a gestão do município foi seu padrinho político Isaac Carvalho, que não deve estar gostando nada de servir como parâmetro negativo para seu sucessor, e menos ainda, em um cenário de debate. Outro destaque também para o candidato do PT foi fidelidade canina ao governador Rui Costa e ao ex-presidente Lula, que fez questão de destacar a cada oportunidade que teve nas respostas. Nada demais, porém desnecessário, já que seu tempo poderia ter sido aproveitado para colocações mais objetivas e convincentes.

O tempo do debate poderia ter sido melhor aproveitado não fossem algumas falas desconexas, e a abordagens de temas como segurança pública que, apesar de ser importante, não caberia nesse debate, já que estamos falando de eleições municipais e segurança pública que é de responsabilidade do Estado, e não do município, mas como a questão foi trazida, o candidato Bomfim aproveitou seu tempo para elogiar seu vice, Charles Leão, que é delegado e, mais uma vez enaltecer a parceria com o governo do Estado, falar dos investimentos na guarda municipal e até dos serviços de iluminação pública, ou seja, levantaram a bola, e ele chutou.

Quanto a ausência da candidata Suzana Ramos, cuja assessoria enviou comunicado e justificativa pela ausência, se os presentes não ganharam, sinceramente não sei o que ela poderá perder, mas é claro que esperamos um novo debate, onde possamos ver e ouvir a todos, sem paixões.

Esse foi o debate, e essa é a minha análise, pelo que assisti e pelo que esperava.

Vamos ao próximo.

 

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