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Petrolina: moradores de Periferia se sentem inferiores aos ricos mas, votam em quem eles indicam

Descobrimos que os periféricos, apesar de suas mazelas, ainda assim, costumam se sentir a vontade em dizer que a cidade é maravilhosa, que é linda, mesmo morando em lugares nada aprazíveis.

Petrolina foi apontada como uma das 20 cidades brasileiras do futuro na edição 2180 da Revista Veja, do dia 01 de setembro de 2010.De acordo com dados do Instituto Trata Brasil (dados de 2018).Em 2023 porém, devido ao seu crescimento, Petrolina tem deixado a desejar em certas áreas e, hoje, atende apenas a 70% da sua população com esgotamento sanitário, por exemplo.

No entanto, em se tratando apenas do atendimento urbano a cidade consegue chegar no patamar de 80 %, sendo que apenas  67% destes resíduos que são coletados, é tratado. Outro dado levantado é que o município atende 100% da população urbana com água. Porém, na área irrigada, onde existem muitas famílias residindo, esses números não alcançam 5% desta população.

Foi baseado nestas informações, que, descobrimos um outro aspecto na vida do petrolinense que, francamente, nos deixou perplexo.  Como todos sabem, apesar dessa fama de cidade pujante, na periferia, os moradores dessas localidade vivem uma realidade bem diferente dos que vivem em áreas mais nobres.

No entanto, a perplexidade não se deve a esse fato! Se deve ao que enxergamos porem, não queríamos acreditar.

Descobrimos que os periféricos, apesar de suas mazelas, ainda assim, costumam se sentir a vontade em dizer que a cidade é maravilhosa, que é linda, mesmo  morando em lugares nada aprazíveis. E , o pior:os periféricos costumam votar em candidatos que não lutam por suas áreas. Petrolina nunca teve como governo, alguém que viesse do meio periférico. Todos os prefeitos, ainda que não tivessem sobrenomes de famílias tradicionais, nunca foram de periferias.

E isso é tão gritante, que revela a desigualdade social, onde ricos se sentem superiores e, quem mora em periferia, se sente inferior. Daí, por ter esse sentimento, sempre acreditam naqueles que tem maiores posses. Claro que esse sentimento não afeta a todos, porém, se olharmos atentamente, veremos que  5% no máximo desses moradores de periferias, se impõem de igual para igual, e tratam de assuntos com qualquer tipo de pessoa, seja rico ou pobre.

O bairro pode está jogado às traças, mas, se o Centro da cidade está bonito, para muitos, está maravilhoso, e é isso que importa. Por essa razão, os governantes, sabendo desses dados, sabendo desse sentimento de não pertencimento, trabalham intensamente a imagem bonita de uma cidade limpa no seu centro, e deixam a periferia desassistida. É tão horrível isso.

E como se muda? Essas mudanças de mentalidade levam tempo, e somente a educação é que pode cumprir cabalmente esse papel.

Em Petrolina, os bairros periféricos possuem uma maior concentração populacional bem como as maiores taxas de população preta e parda. O João de Deus junto com São Gonçalo e Jardim Petrópolis, ambos na periferia das zona Norte e Oeste, por exemplo, possuem uma taxa de 52,1% da população preta e parda, enquanto o bairro da Areia Branca, na zona leste, mas em área nobre, possui 5,8%.

De acordo com os dados do Censo 2022, do IBGE, com a autodeclaração de cada petrolinense, a população está  formada por 111. 237 (31,86 %) brancos; 39. 241 (7,57 %) negros; 8 138 (1,07 %) amarelos; 228.064 (59,26 %) pardos; e 1.320 (0,24 %) indígenas.

Quando se considera a região de nascimento,

96,84 % são nascidos no Nordeste ;

1,85 % no Sudeste ; 0,21 % no Norte ;

0,23 % no Sul;

0,25 % no Centro-Oeste.

 

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