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Agua de côco? Não! Brasileiro toma água com adoçante

Resultado de imagem para pasta para fazer agua de cocoA indústria de água de coco não costuma despertar grandes emoções no mercado de bebidas.
Embora seja um produto tipicamente nacional, associado aos coqueirais do Norte e Nordeste, bebe-se muito mais sucos e refrigerantes por aqui do que a água que vem do coco. Mas a participação modesta no consumo (60 milhões de litros por ano ante os 500 milhões de litros de sucos prontos) não livrou a bebida de ficar no centro de uma polêmica: duas grandes fabricantes começaram a importar água de coco da Ásia e criaram um desconforto geral no setor.

Custos expressivamente mais baixos atraíram a cearense Ducoco e a americana PepsiCo (dona das marcas KeroCoco e TropCoco) a importar a matéria-prima das Filipinas, Vietnã, Sri Lanka, Índia e Tailândia – os maiores produtores mundiais de coco. “Nesses países, a água de coco não é nem subproduto, é jogada fora”, diz Francisco Porto, presidente do Sindicato Nacional dos Produtores de Coco do Brasil, o Sindcoco. Por ser descartada, custa um sétimo do preço do coco nacional, mesmo com o frete da viagem – que dura no mínimo 30 dias de navio.

As marcas rivais, claro, não gostaram nada da estratégia. Dizem que a concorrência com a matéria-prima asiática é tão desleal quanto o episódio dos brinquedos chineses. “Na Ásia, os produtores de coco não têm obrigações sociais,não pagam impostos e recebem subsídios”, afirma Paulo Roberto Gomes, diretor comercial do Grupo Sococo, maior empresa brasileira em volume envasado de água de coco, com produção de 35 milhões de litros ao ano.“O trabalhador brasileiro da cadeia de produção do coco ganha R$700, em média, ao mês, enquanto o asiático fica com US$ 23 mensais. ”Só no Nordeste, segundo Gomes, 70 mil pessoas trabalham nessa cadeia produtiva.

Agricultores e concorrentes, porém, garantem que as importações continuam e que a cadeia de produção e comercialização da água de coco no País está sendo ameaçada. “Não sabemos quais volumes essas empresas estão importando, mas só no Vale do São Francisco, uma das regiões de maior produção de coco no País, as encomendas caíram pela metade”,afirma o presidente do Sindcoco. Ele também refuta a entressafra como justificativa para a importação. “Coco dá o ano inteiro”, diz Porto. “As variações são mínimas e o preço tem se mantido constante há anos”.

Não é só o tipo de coqueiro que influi na qualidade da bebida. Para ser trazida para o Brasil, a água de coco passa por um processo de concentração. “Ela se torna uma espécie de mingau”, explica um produtor de coco brasileiro que visitou os países de onde a água é exportada. Isso é feito por meio de um processo semelhante a uma desidratação, para que seja possível trazer mais água ocupando menos espaço nos navios. Conservantes são acrescentados para que a água resista à longa viagem.

“Chegando aqui, as indústrias adicionam água e adoçantes”, afirma Francisco Montans, que, com os empresários Tato Malzoni e Francisco Nogueira, é sócio da marca Beba Rio, de água de coco. “Cada litro desse concentrado faz 12 litros de água de coco industrializada”, afirma. O problema, acrescenta ele, é o sabor. “É por isso que muita gente não reconhece o verdadeiro sabor da água de coco no produto industrializado”, afirma Malzoni. Ele estuda acrescentar na embalagem dos produtos Beba Rio dizeres como “feito com coco do Brasil”, para diferenciar o produto do que é importado da Ásia.

Investigação. Assim como há países que adotam restrições a produtos de exportação brasileiros (carne e suco de laranja, por exemplo), o governo brasileiro deveria adotar parâmetro sem relação à água de coco importada, defendem o pesquisador da Embrapa e o Sindcoco. Isso já acontece com vários gêneros agrícolas importados pelo Brasil. Um deles, por exemplo, é a maçã vinda da Argentina. “Seria preciso montar uma comissão com membros da Embrapa, da indústria, dos produtores e do governo para investigar as condições em que essa água é extraída na Ásia e mandada para o Brasil”, afirma Martins.

Petrolina

A busca de proteção para quem produz coco na região do Vale do São Francisco e até em outros estados, reuniu nesta sexta-feira, 6, na Câmara de Vereadores de Petrolina, no sertão pernambucano, produtores da fruta de várias localidades da região para discutir uma política que possa barrar a concorrência que eles consideram desleal desde a chegada de um produto importado. A medida para a aquisição desse produto, seria para ajudar na produção e indústria de beneficiamento do coco, mas o efeito foi contrário e trouxe, conforme os produtores, sérios prejuízos ao segmento.

O vereador Ronaldo Silva (PSDB) foi quem propôs a discussão, informou que todos os encaminhamentos chegarão ao conhecimento das autoridades, especialmente em Brasília. “Tiramos um documento assinado por todos os participantes que será levado à Brasília para que providências sejam tomadas. Entregaremos no Ministério da Agricultura”, assinalou o vereador.

Fonte: O ESTADO DE S. PAULO – Lílian Cunha

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11 pensamentos “Agua de côco? Não! Brasileiro toma água com adoçante”

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